quarta-feira, 16 de março de 2016

Análise de Campeão: Aurelion Sol


Aurelion Sol entrou e saiu de desenvolvimento por um longo tempo – anos, se você voltar lá atrás em suas raízes. Nós já discutimos os problemas com o lançamento inicial do Ao Shin – confira nossa publicação aqui – mas isso é o que aconteceu depois que voltamos à prancheta de desenho e começamos a criar o criador cósmico, que está prestes a chegar à Runeterra.
Notas de design por Luke Rinard, também conhecido como Rabid Llama
Notas de arte por Gem Lim, também conhecido como Lonewingy
Notas de narrativa por Matt Dunn, também conhecido como FauxSchizzle



Apesar dos desafios anteriores, ainda achávamos que o arquétipo do dragão era um espaço bem legal e adequado para um Campeão. Portanto, nosso primeiro objetivo foi tentar compreender o estilo ou tema de dragão que estávamos criando. Nós experimentamos dragões com temas de fumaça e terra, e então colocando-os em algumas facções de Runeterra. Mas fosse vestindo-os com armaduras de Noxus ou trajes ionianos, alguma coisa não parecia certa. Nosso dragão não parecia particularmente único à Runeterra. Nós começamos a pensar grande, e conforme seguimos, recebemos novos trabalhos de arte da equipe de Fundações – o pessoal da Riot que já estava no processo de redefinir a aparência e a história do Monte Targon.
Algo deu um estalo imediatamente. Em vez de colocarmos nosso dragão em uma das facções preexistentes, nós poderíamos fazer com que ele viesse do universo além de Runeterra! O Monte Targon já era algo como uma ponte entre Runeterra e o mundo celestial – principalmente Leona e Diana – portanto, alinhar nosso esqueleto de um Campeão para ficar mais próximo do monte fez todo sentido para nós. De uma forma ou de outra, significava que nós poderíamos fazer as coisas de forma mais ambiciosa, aumentando a escala dele muito além de tudo que já fizemos antes. E vamos ser sinceros: quando se trata de dragões, eles não podem ser nada além de épicos.




Mecânica dos Dragões


Com as bases começando a tomar forma, começamos a pensar sobre como exatamente um dragão do espaço funcionaria em uma partida do League. Ele atacaria com a cauda? Ele voaria? Ele teria asas? Escamas? Ele soltaria fogo? Essas eram as perguntas que precisávamos responder. Então criamos uma primeira versão demo de um dragão e enviamos ao Rift.

    Nós acabamos buscando inspiração no céu noturno, usando a ideia de um cometa – com seu corpo brilhante em chamas e a cauda se apagando – para o corpo do nosso dragão…
Mesmo antes de o dragão ter suas habilidades, sua forma e tamanho deram a ele características que não se encaixavam com o campeão que estávamos tentando criar. A cauda do nosso primeiro dragão (o modelo inteiro foi muito rápido e grosseiro, com uma cauda realmente feita de tropas, aliás!) serpenteava atrás dele, tornando muito fácil para os inimigos acertá-lo com disparos de precisão. Nós tentamos seguir com isso, pensando no dragão como um Campeão de estilo tanque que combinasse com o formato bem tanque que ele tinha, mas isso não se encaixava com a fantasia de dragão mágico espacial que estávamos buscando, então começamos a encontrar problemas estranhos de arte e mecânicas de jogo com a cauda dele. Além de parecer mais com uma cobra do que um dragão, ele poderia ir para a área de moita tripla na rota do topo e ficar com a cabeça em uma parte da moita, o meio do corpo em campo aberto e a ponta da cauda na outra moita. O que isso significou para a visibilidade no nosso jogo? Nossas preocupações nos levaram a experimentar outros formatos de corpo e acabamos buscando inspiração no céu noturno, usando a ideia de um cometa – com seu corpo brilhante em chamas e a cauda se apagando – para o corpo do nosso dragão. Nosso dragão começaria sólido, mas gradualmente ficaria mais etéreo – com estrelas salpicando o corpo – conforme mais perto de sua cauda substancialmente mais curta.

O feedback foi claro. Estávamos no caminho certo. Em seguida, tentamos descobrir como realmente ficaria a aparência do nosso dragão no jogo. Estávamos totalmente cientes das várias interpretações de dragão ao redor do mundo (dragões são enormes feras voadoras que cospem fogo, na mitologia ocidental, e são criaturas serpentiformes que vivem na água, no oriente). Assim, tentamos mexer um pouco, mas sem ir muito para uma direção em particular. Ao mesmo tempo, começamos a focar na personalidade do dragão. Foi tudo bem na hora de criar um dragão espacial enorme, mas quem ele seria? Como poderíamos, de forma realística, colocar essa coisa cósmica do tamanho de uma galáxia no nosso mundo? Como e por que ele interage com os habitantes de Runeterra?




Dragão, o Astro do Rock


Então, quem exatamente era esse dragão espacial gigante? Começamos a pensar sobre o próprio espaço e por que o dragão estava lá para começar. Depois de algumas direções fracassadas, começamos a pensar sobre ele como um criador celestial, alguém que literalmente criou galáxias inteiras enquanto serpenteava pela fronteira final. Em vez de uma fera ao estilo Rek’Sai, ele era um artista – um ser belo e mágico que, por séculos, criara as constelações que salpicam o céu noturno. A ideia se encaixou bem com a aparência que estava se desenvolvendo dele, então continuamos com ela. Só que precisávamos daquela faísca, daquela estalada que nos deixaria de guarda baixa, a característica extraordinária que encontraríamos na personalidade dele. Então demos a ele uma pitada de pompa junto com sua magnificência.
    Precisávamos daquela faísca, daquela estalada que nos deixaria de guarda baixa, a característica extraordinária que encontraríamos na personalidade dele…
David Bowie era a referência que ficava voltando, lá no escritório. Ele preenchia todos os requisitos que estávamos procurando para o dragão: artístico, arrogante e belo, e o lance do Ziggy Stardust também foi uma referência bem conveniente. Queríamos que nosso dragão fosse bastante convencido e pretensioso, mas, crucialmente, que ele também se saísse bem com isso. Digamos que Freddie Mercury se declarasse ser o maior músico do mundo e então se sentasse ao piano e tocasse Bohemian Rhapsody. Você provavelmente entortaria a cara e diria algo como: “É, tá certo”, não é? É isso que queríamos que nosso dragão fizesse também, mas, em vez de produzir um sucesso seminal dos anos 70, ele teria criado galáxias inteiras. Imagine o ego desse cara! Ele seria o maior chato do mundo, cheio de menosprezo e desdém, mas nós o adoraríamos mesmo assim. E, claro, tivemos que pensar cuidadosamente sobre o nome. Não poderíamos chamar o personagem mais grandioso do universo de “Adriano” ou “Romário” – ele precisava de algo muito mais espetacular. Depois de algumas semanas usando apelidos, pensamos em algo dado a ele pelos targonianos que soasse adequadamente artístico, pretensioso e… bem, grande: Aurelion Sol.
Assim o “quem” foi resolvido, mas agora a outra grande questão da personalidade: por quê? Por que ele estava aqui? Voltamos ao Monte Targon e começamos a pensar sobre as possíveis conexões entre ele e Aurelion Sol, e depois de descobrirmos sobre as histórias dos Aspectos, decidimos que poderíamos amarrar as duas coisas bem. Concebemos a história do Aurelion Sol como uma criatura orgulhosa que recebeu uma coroa dos targonianos, aparentemente em tributo a sua magnificência, mas, na verdade, para forçar o dragão em sua servidão. Ele foi basicamente enganado – uma vítima de sua própria arrogância – e fez as vontades dos targonianos até que ele finalmente descobriu uma razão para vir para a Runeterra: para se libertar. Nós não vamos estragar a história toda aqui – a biografia dele vai ser em breve – mas se encaixou perfeitamente com a personalidade que demos a ele.


    Nós voltamos ao Monte Targon e começamos a pensar sobre as possíveis conexões entre ele e Aurelion Sol…




O Dobrador de Estrelas


Enquanto isso, Luke experimentou o kit do Aurelion Sol, trabalhando de perto com CertainlyT para encontrar uma jogabilidade bem firme. Eles sabiam que o dragão teria grande poder mágico, mas ele não poderia ser, como disse RiotWrekz, “só um mago em uma fantasia de dragão”. Buscando dar ao dragão um lugar único entre os magos, eles focaram em movimentos fluídos e enfatizaram os movimentos graciosos da longa cauda. Isso levou (eventualmente) às estrelas orbitantes, que dão grande foco ao movimento constante para manter seu alvo no alcance perfeito. Oscilação Estelar incluiu outro ponto de interesse, mudando a dança para frente e para trás do Aurelion Sol para uma investida impetuosa em direção ao perigo. Para o Cometa Lendário, CertainlyT inspirou-se na ideia de que levantar voo deveria parecer uma recompensa e assim precisaria ser ganhado de alguma forma. Ganhar velocidade ao longo de uma pista antes de se lançar no ar se mostrou muito razoável, enquanto ainda ofereceria um espaço claro para os oponentes do Aurelion Sol interromperem sua decolagem. Lentamente, habilidade por habilidade, pensamos em um kit tematicamente grandioso o suficiente para combinar com a narrativa e a arte do Aurelion Sol.



    Sabíamos que o dragão teria grande poder mágico, mas ele não poderia ser, como disse RiotWrekz, “só um mago em uma fantasia de dragão”.




Finalizando o Criador


    Nós decidimos usar a fisicalidade da metade frontal do Forjador de Estrelas como uma forma de mostrar o poder que a coroa targoniana tinha sobre ele...
Começamos a aplicar os toques finais no Aurelion Sol. Ajustamos o visual, fazendo com que a animação dele ficasse menos aquática e mexemos no rosto dele para que ele fosse menos uma fera e, na verdade, mais bonito. Depois, veio a coroa, que pudemos conectar à jogabilidade dele. Nós já sabíamos que a cauda do Aurelion Sol seria muito mais fina do que a cabeça, mas decidimos usar a fisicalidade da metade frontal do Forjador de Estrelas como uma forma de mostrar o poder que a coroa targoniana tinha sobre ele, enquanto incluímos estrelas interiores na outra parte do corpo. Isso apostava na escala pura do dragão, enquanto também reforçava onde os jogadores deveriam e não deveriam mirar seus disparos de precisão quando estivessem lutando contra ele! Mágica. Finalmente, escolhemos o dublador para o papel e seguimos para o estúdio para gravar as falas do Aurelion Sol. As falas dele saíram bem fáceis – Aurelion Sol tem muito o que dizer, especialmente aos outros Campeões – mas, por alguma razão, as entregas não estavam tão boas. Depois de algumas tomadas diferentes, tentamos algo um pouco… estranho e sugerimos ao ator fazer mãos de jazz enquanto lia as falas. Funcionou muito bem, e depois que terminamos de gravar, tínhamos basicamente concluído a gloriosa fera que estava prestes a chegar ao Rift.



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