RACISMO EM LEAGUE OF LEGENDS: JOGADOR DA CNB SOFRE PRECONCEITO
Aoshi recebe mensagens racistas do público do CBLoL
Parte dos torcedores do Campeonato Brasileiro de League of Legends não possuem paciência ou estabilidade emocional para ver seu time perder um Barão, uma partida, uma série ou uma decisão. Um atleta precisa saber lidar com o segundo lugar ou até mesmo a última colocação, mas a torcida nunca se conforma. Se os resultados são positivos, a visão é de que os jogadores não fizeram mais que sua obrigação. Mas quando a partida termina em derrota, a situação é muito mais delicada.
O desequilíbrio emocional de parte do público é quase palpável enquanto os jogos do Campeonato Brasileiro de League of Legends são transmitidos. Os comentários negativos no chat das transmissões misturam desapontamento com mensagens raivosas dos torcedores, que para descontar a frustração relacionada à performance da equipe favorita, utilizam-se de xingamentos e termos homofóbicos ou racistas.
A organização CNB e-Sports sabe muito bem o gosto amargo do ódio da torcida. Após uma fase difícil na primeira temporada do CBLoL 2016, toda a equipe da CNB teve que lidar com o forte racismo em relação a Franklin “Aoshi” Coutinho, o único jogador negro da escalação. Como se não fosse suficiente, o público começou a destilar esse preconceito também nas streams pessoais do atleta, atacando-o em um momento no qual ele deveria estar mais próximo de seus admiradores.
Sempre vão atrás do alvo mais óbvio para descontar a frustração do público"
Esse tipo de comportamento traz uma inevitável ligação com o futebol. Diversas vezes o gramado foi palco explícito de racismo não apenas no Brasil mas em todo o mundo, cujos casos tiveram alta repercussão na mídia. Desde o lateral-direito Daniel Alves comendo uma banana jogada em campo pela torcida em uma partida entre Barcelona e Villarreal até o goleiro Aranha sendo chamado de macaco pelos torcedores do Grêmio.
“Faz parte do trabalho: você é uma figura pública e o que você faz será julgado por todos. Comparando ao futebol, desde o começo o jogador é preparado na categoria de base com 10 até 14 anos e quando chega no profissional, já está maduro: tem pai, mãe, empresário, uma equipe inteira formando ele até chegar a hora de jogar ele na fogueira”, compara Ruzza. “Nos eSports não tem disso. Demora para você formar uma barreira e conseguir lidar com isso da melhor forma.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário